segunda-feira, 30 de maio de 2011

Inevitável/ Novo Conto/ Trying Your Luck

   Um post hoje é inevitável. Pois é. É mesmo. Meh. Cheguei em casa, a depressão pós-saída me atingiu. Inevitável. Assim como a inspiração. Diferente de Laurie Anderson, eu gosto de pontos finais. Meh.................

   Felizmente, tive uma idéia para um conto. Infelizmente, tive uma idéia para uma expressão de dilemas pessoais. One thing at a time, shall we?



   Apropriando-se de metáforas alheias( sem vergonha de ser feliz), estou aliviado, pois os grilhões se soltaram.




   Oh, sorry. Italic, shall we?








    Estou feliz, pois os grilhões se soltaram. Não me preocupava com o tamanho de minhas mãos, até as correntes envolverem meus pulsos. Não basta encolher a mão, não é tão simples. Não tenho forças para quebrar a corrente.


   Pelo menos ainda não. Mas preciso ter, para partir todos os futuros elos.


  Do que eu estou falando? Não encontrei a chave, mas me libertei. Repousar? Não posso me entregar a este luxo. Sou um animal de cativeiro, é questão de tempo até me acorrentarem de novo.




(...)




Não disse? Merda.




   Deve estar se perguntando o leitor como eu me libertei. Simples, e ao mesmo tempo dramático; sou um ser humano de carne, osso e sangue. Corte minha carne, o sangue jorrará até visíveis ficarem os ossos. Quando eu sangrar todas as lágrimas que puder, meu pulso se libertará naturalmente.


   Doloroso, mas necessário. " Atone for your sins by learning for them. And yes, sadness is a sin. " , como diria meu ilustre alter-ego.


   E agora mais essa. Transversais, duas paredes. Uma de certezas e uma  de verdades, as duas bem distintas. Correntes cruzadas. Ainda tenho muito sangue. Muitos ossos. Muita carne. Muitas lágrimas. " Can you please cut me? ". Ele simplesmente não sossega.




   Foi divertido. EU ME MANTIVE EM SILÊNCIO.


   Atemporal e segregado. Bastava virar para o lado e sussurar as três. As três que estão presas na minha garganta. O filme não acabou, mas foi interrompido bruscamente. Como era mesmo? (...)... Ah sim, " Morremos três vezes."   Não, peraí... (...) Seria " Uma lágrima cai do meu olho direito porque te amo. Uma lágrima cai do meu olho esquerdo porque... ". É , é essa mesmo. Já ouviu falar de esquecimento subconsciente involuntário? E de alteração de uma idéia antes fixada?


   Inspirei-me e voltei a ser poeta, mesmo que só por uma noite.


   Sempre há um amanhã. Mas ele nunca chega.


   De qualquer modo, inspirador. " Can we go again sometime? ". Prometo que meus conflitos internos sempre presentes nunca se manifestarão na frente de nenhum de vocês. E de nenhum deles. Não é impressionante como frases que encontramos em uma só noite resumem os conflitos de uma vida inteira?






   E... pronto. Se você não for bons em entender metáforas ( o que eu duvido muito, caro(s) leitor(es) ), contente-se com a idéia de que hoje foi um dia muito feliz para mim. Obrigado, Carol, Bárbara, Alexandre e Aninha! =]


   Agora, diretamente ligado à metáfora e talvez à minha mente e talvez à minha alma, um conto, que escrevo não só porque quero, mas para ( tentar ) inspirar vocês a postarem em seus próprios e respectivos blogs.



"




"Scylla & Kharybdis & No-one "


   Oceano , 6 de maio de um ano inexistente, em um mundo atemporal.


   Velocidade: quinze nós.


   O barco de madeira range violentamente. As gotas suaves do temporal violento se chocam contra o piso, também de madeira. Água nos tornozelos. Uma escolha. Dois enigmas.


   Olho meu relógio, 12:51. Uma boa hora para morrer. Uma boa hora para dar valor à vida e sua complexidade.


   Duas damas violentas no mar. Múltiplas polaridades. Riqueza e poder ou auto-preservação?


   Vejo-me em um dilema.  Fortunas incalculáveis sob o chão frouxo em que piso. Todos aqueles com quem me importo esperando-as do outro lado do canal. A primeira dama, Scylla, gritando suas lástimas marítmas em uma ode a todos os marinheiros que gostaria de devorar. Sua canção é particularmente doce quando ouvida de perto. A segunda dama, Kharybdis, não precisa cantar para seduzir sua presa; é capaz de condenar sua alma ao eterno vazio com um sussuro. Ou talvez um  olhar.


   Fui bem instruído para esta viagem: Kharybdis será. Você morrerá pelo bem maior. O navio pode continuar sem seu capitão. Estamos contando com você, com seu último sacrifício. E eu parti, convencido de que Kharybdis seria.


   Mas agora, vejo o quão tudo isto é desnecessário. Ora, não precisam de fortunas incalculáveis, apenas da parte que restaria. Apenas do que sobraria do navio. Scylla, talvez? A idéia me parece deveras atraente.


   Não, não posso perder o foco. Arriscar pra quê?




*




    Acabo por me esquecer que o canto de ambas é irresistível, acabo desprezando-as. O canto da harpia, infinitamente mais belo, não surtiu efeito em mim, por que este surtiria? Grilhões são desnecessários. Posso livremente escolher qual delas me enfeitiçará.




*






    Kharybdis é uma donzela educada: me mataria sem dor alguma. Maldito seja o homem que, em sã consciência, não gostaria de morrer repousando nos seios de sua amada. Maldito seja ele que busque alternativas, busque outra opção.


   Maldito seja eu.


   Talvez as fortunas não sejam tão incalculáveis.


   Scylla é tudo o que eu sempre quis: uma morte lenta e dolorosa, porém repleta de sentidos. Eu sangraria teatralmente. Sufocaria dramaticamente. Morreria sentindo seu doce aroma de morte salgada. É condenável desejar sofrer nas mãos de uma bela mulher?


   Scylla é também sádica: Não me deixaria morrer de imediato. Me faria esperar a vida chegar ao fim. Deixaria eu seguir em frente, entregar o que restou da fortuna, viver em paz. Seu veneno eternamente corroendo minha mente.


   Os outros não importam mais. Já não há mais Ninguém do outro lado do canal. Não me importarei se Ninguém ficar triste  por não receber o prometido tesouro. Só me interessam as escolhas, os fins, os enigmas monstruosos.


   Viver ou morrer. Ser ou não ser. Não são questões, é o destino.


   Sim, o destino. O destino, que tantas vezes me fez sangrar, mas me impediu de morrer. O destino, que me apresenta possibilidades quando eu gostaria de ser guiado em linha reta. Os encantos de Scylla. A vida vazia e humilde que eu levaria após nosso encontro. Os encantos de Kharybdis. A vida estável e abastada que eu não levaria após nosso encontro; a vida que eu deixaria meu amado Ninguém viver por mim.


   Não cabe a mim esta decisão. Desde quando pude escolher para onde irão navegar meus sentimentos? O destino que se encarregue disto. Lavo minhas mãos no pouco de água doce que me resta.


   Silenciosamente, abandono o controle, deixo o barco à deriva. Ele que escolha meu caminho.








"




   Wow, acho que consegui escrever um bom texto, afinal.

   Quer dizer, ficou bom para mim. Mas não sei se ficou decifrável. E, sinceramente: Se eu fosse o Capitão, Scylla seria a minha escolha. Mas espere... o final do texto já chegou, porque estou prolongando seu sofrimento?


   Ah sim: Caso você não tenha nada para fazer, há três Easter Eggs antes de " Vejo-me em um dilema ". Enfim...


*

Menina do Arame-Farpado


Uma súcuba do meio-dia
a mim lentamente se dirigiu
Sussurou em sua melodia
A profecia que se cumpriu


" Aquele que no blog entrar
E o seu post ler com muita calma
Se o mesmo não comentar
Para as trevas levarei sua alma!"




Tomem vergonha na cara e coloquem pelo menos um *Eu li* se lerem o post, caros leitores. Sempre me pergunto se alguém ( Só uma pessoa já basta, meu deus!) leu o que eu escrevi, mas ninguém comenta, então fico no dilema entre fechar o blog e continuar a escrever.


*


   E, para encerrar, três músicas, shall we?



   Acho que já postei essa no blog, mas no momento está  tão bem-encaixada que não posso deixar de citar:









" And I lost my page again
I know, this is so rare
But I'll try my luck with you
Oh, this life is on my side "





   Mas a música que esteve na minha mente enquanto escrevia este post foi esta:











" I can't control my shakes
How the hell did I get here?
Something about this, so very wrong...
I have to laugh out loud, I wish I didn't like this
Is it a dream or a memory? "





   E, para encerrar com chave de ouro, mas sem abrir mão da metáfora auditiva:














"The song maker says, "It ain't so bad"
The dream maker's gonna make you mad
The spaceman says, "Everybody look down"
It's all in your mind

Well, now I'm back at home and
I'm looking forward to this life I live
You know it's gonna haunt me
So hesitation to this life I give"














   Último pensamento solto: Se dependesse de mim, Scylla seria. Mas não depende. Nunca dependeu.

Um comentário:

  1. Well, como disse, comento quando leio. (:

    Ahm, senti um pouco de cópia no começo em itálico, viu? Mas tudo bem =P

    Bem, suas metáforas são um pouco confusas para mim, assim como as da Carol.

    Precisando de algo, só falar.

    bjmordida!

    ResponderExcluir