Mardy Bum

Na ausência de boas palavras para abrir o post, vou começar com essa música que não tem saído mais da minha cabeça:









   Estou realmente inspirado esses dias, então vou escrever bastante na semana santa ( ou pelo menos espero escrever ). Tenho tantas coisas novas para compartilhar... mas por enquanto, vou me reter ao essencial, à maior mudança desse ano : a faculdade.

   Ah, antes disso : além de estudar , também comecei a estagiar na Defensoria Pública da Leopoldina, e estou gostando bastante da experiência. Parece até que o estágio foi feito sob medida pra mim, tudo que eu preciso é ser um bom ouvinte ( e já estou treinando isso faz tempo , haha ) e tratar as pessoas como... gente. Não importando quem seja. Algo que, incrivelmente, alguns não conseguem fazer ( mas ai ja é história para ooooooooutro post, eu poderia emendar histórias nessa ai ad eternum... ). Mas enfim...

   Pra quem estudou no CMRJ por algum tempo, a faculdade pode parecer, à primeira vista, algo bizarro. Tudo é tão liberal e amigável que eu me sinto oprimido. Eu chego 2h atrasado ( É amigos, o encosto do trem ainda me acompanha ) e ninguém faz nada. NADA. Eu entro na sala, sento e assisto aula. COMO ASSIM?

   E você pode sair da aula quando bem entender sem dar nenhuma satisfação para os professores, eles não se importam ( é difícil se importar com um aluno em uma sala de 84 ). Aliás, você precisa criar o seu horário de " recreio " (  Nossa, agora essa palavra passou a ser tão infantil... ), já que o tempo entre as aulas normalmente é bem curto ou nulo.

   E o " uniforme ", então, mudou bastante. Metade da sala usa chinelo. É bom ter mais liberdade, mas continuo com o mesmo pensamento: Blusa Pólo + Calça Jeans FOREVER. ( Se bem que hoje fui de bermuda e chinelo, mas foi só pelo calor mesmo). E acreditem em mim: plaquetas fazem MUITA falta. Ainda estou me acostumando em ter que gravar os nomes ( e me esforçando pra não trocar nenhum ).

  Mas tudo vale a pena, já que você vai estar estudando a matéria que você escolheu. Você só precisa gostar de ler, independente da sua área. E se você não gosta da sua área e está nela por algum outro motivo como remuneração, a quantidade de textos diários vai fazer você desistir em pouco tempo. Já tem gente na minha sala pensando em sair.

   E temos também, claro, os alunos. Não posso falar muito sobre outras faculdades porque parece que, na UERJ, a faculdade de Direito é um caso à parte, com turmas enormes ( 80+ alunos em cada) e com média de idade bem elevada ( na minha sala , uns 10 alunos tem 17- 18 anos, tendo metade do resto 19 - 25 anos e a outra metade 25 - 50 anos). Infelizemente, muitos ainda possuem aquela velha mentalidade de " beber, cair e levantar ". Aliás, pelo menos uma vez por semana tem choppada ou algo do tipo justamente na saída da UERJ ( ontem deveria ter havido uma exposição de cultura negra, mas quando eu passei tava tendo funk mesmo, que não deixa de ser cultura negra, mas... ah, you got the point ).

   Felizmente, nem todos os alunos são assim. Há muitos alunos dedicados, e debates críticos com opiniões divergentes e argumentos fortes é o que não falta. Hoje mesmo tive uma conversa com um pessoal sobre eutanásia, pena de morte e casamento gay. Mas só eu aguento a Marxatona atual da matéria ( VIVA LA REVOLUCIÓN COMUNISTA! ) sem matar uma aula sequer, mesmo que ela seja chata e que não exista mais um " Seu Osías" para vigiar o corredor ( Nostálgico... ).

   E, para provar que tempo de aula NUNCA é desperdiçado, digo que tive pelo menos 2 semanas de folga no começo das aulas na parte de leituras por já ter lido os texto nas aulas de filosofia do ano passado. Sim, as aulas particulares de filosofia das turmas de humanas, aquelas com 3 alunos por aula. Se você é de humanas e matou as aulas, boa sorte com as avalanches platônicas que deve ter em todo curso da área, Mwahahahahahaha!


   Ah, quase me esqueço...

   Ao contrário do que todos pensavem, até a matemática pode ser útil para um aluno de humanas! Leiam a historinha abaixo:


   14 de abril de 2011, Defensoria Pública da Leopoldina, em Olaria.


   Lá estava eu, no meu primeiro atendimento como estagiário, nervoso e suando frio. Na minha frente, uma senhora de 81 anos. Seu falecido marido havia deixado uma dívida e várias contas bancárias no testamento, e tudo que eu tinha que fazer era escrever, no final do processo, o valor a ser pago e a conta a ser retirada. Mas ai veio o soco no estômago: No alvará, a dívida listada era de 467, 01534 UFIR's.

WTF?

   Eu imaginei a princípio que era um termo jurídico, mas relendo 50 vezes o processo, ficou bem claro que não. Pedi ajuda a meu "mentor", Márcio. ele disse que o UFIR era uma moeda antiga que vigorou por pouco tempo no Brasil.

Ai foi o " Paf!" mental, a queda da ficha

* Momento Flashback *

   Na aula do Jorge ano passado, ele mencionou brevemente que houve uma moeda transitória antes do Plano Real. Esse período foi bem curto, então ele não deu muita ênfase na aula, só fez uma breve menção mesmo.

   Por alguma razão obscura, eu lembrei da aula do Jorge e dos UFIR's quando o Márcio falou, e, pesquisando no google, encontramos o valor do UFIR em reais para 2011. Era dois virgula alguma coisa. Então, tivemos de multiplicar os dois valores para chegar na quantia mágica de R$ 997,25.


   Eu sinceramente pensava que nunca mais veria números com vírgulas na área jurídica. Errado.


   Bom, basicamente, é isso. Que vocês gostem de suas faculdades tanto quanto eu estou gostando da minha! =]

P.S. 1 - A partir de hoje, vou colocar pelo menos uma música e um link ou imagem por post. Odeio fazer posts individuais só para isso.

P.S. 2 - Na semana santa, eu finalmente terei tempo livre para sair mais de casa, e planejo rever o pessoal das antigas com quem eu perdi o contato. Isso inclui você. Sim, você, que está lendo isso achando que eu não sei que você lê este blog quando não tem absolutamente nada para fazer, e que acha que eu esqueci de sua existência. Os contatos do meu celular foram apagados quando eu troquei o chip, mas eu vou te contatar de alguma maneira. Aguarde.

P.S. 3 - Nunca me ocorreu pedir de forma direta, mas o post da Bárbara me inspirou: Se você ler essa bagaça, mesmo se não tiver nada para dizer, escreva um " Eu li " nos comentários. Descobri que tenho mais leitores do que imaginava quando coloquei uma barrinha de controle de visitantes entre os aplicativos do siet, mas não faço a mínima idéia de quem eles sejam. Não sejam tímidos!

Como prometido anteriormente no P.S. 1 , ai vai :





E do meu site favorito, www.smbc-comics.com :