Caaaara, eu tenho tido TANTA coisa para escrever no blog ultimamente... que acabei ficando sem tempo/paciência para escrever. Quando acordei, senti o ar congelante vir da janela, tomei banho como um zumbi e sentei em frente ao computador, pensei: " Agora é a hora perfeita para um poema romântico... daqueles beeeeem depressivos ". Mas acabei deixando para depois. Agora, o aniversário da Carol acabou com qualquer possibilidade de escritas mórbidas. Blast it!
Quero muito escrever sobre a faculdade e os trotes, mas vou esperar publicarem as fotos no perfil da comissão de trote no orkut.
Bom, já que não vou escrever um poema, vou escrever um conto que me veio à mente faz muito tempo, mas que eu sempre duvidei se realmente seria legal no papel. Hoje é a hora da verdade. Façam seus julgamentos :
Os Últimos Abraços Grátis
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- Meu Deus, é alto demais!
Não sei porque falei isto. Não havia ninguém para ouvir. Talvez o vento pudesse carregar minhas palavras, quem sabe. E havia também a ironia. Para dar certo, TINHA de ser alto. Mas parecia mais fácil no pensamento.
- Seja o que Deus quiser então...
Fechei meus olhos. Soltei meu apoio. Lancei meu corpo, esperando a brisa gelada bater no meu rosto e me confortar. Mas tudo que senti foram dois braços quentes me envolvendo a cintura e me puxando violentamente para trás. Caído no chão, olhei para me salvador e vi que era um rapaz forte, de vinte e tantos anos, com uma cicatriz.
- Que porra é essa,cara? Sai dessa, isso não vale a pena!
Eu queria dizer algo. Dar uma bronca nele por me interromper. E agradecer. Mas o choque não me permitiu.
- Eu...
- Cara, tem algo que eu possa fazer por você? Do que você precisa?
- Hum...
- Não faz isso de novo não, meu. Não vale a pena. Já foi em algum médico?
Ele estava mais confuso que eu, coitado. Mas queria ajudar, então eu deixei. De qualquer forma, descobri que aquilo foi uma coisa de momento. O ponto era comum entre vários suicidas, mesmo que não houvesse ninguém para dar referências do local. Meu Deus, o que eu estava pensando? O que tinha dado em mim ?
Depois de um tempo, fui ver o que poderia ser minha última vista de novo. Uma mórbida nostalgia ou uma tremenda peça pregada pela minha mente? Não sei. Só sei que deveria fazer com aquela moça de cabelos negros o que havia sido feito por mim anos atrás. Ela ainda não havia me visto,talvez por causa das lágrimas que ofuscavam sua vista. Eu não era tão forte quanto o rapaz que me puxou, mas ela também era frágil, então foi tudo relativamente fácil.
- Mas que...
- Calma, moça. Não faça isso, não vale a pena. Eu sei como você se sente.
- Babaca!
E ela me deu um tapa! Realmente inesperado. Mas continuava a chorar.
- Você não entende nada do que eu sinto, nada!
- Olha, eu já passei por isso. Acredite, tudo vai passar com o tempo.
- Mas ele não vai voltar! Nunca!
E ela foi embora, provavelmente arrependida também. Afinal, não é uma escolha fácil. Mas eu senti pena dela, simpatizei com sua causa perdida. Depois de algum tempo, consegui descobrir onde ela trabalhava.
- Hum... D-Desculpe... por...hum...
- De nada.
Levantou lentamente a cabeça, me olhou com seus olhos novamente inundados, e me abraçou. Foi naquele momento que percebi que não era pena o que sentia por ela. Era algo bem diferente. O amor realmente é algo estranho. Estranho, silencioso , certeiro e letal.
Ah, foi ótimo enquanto durou. Ela sempre deixava transparecer que eu era especial para ela. A única coisa pior que o amor verdadeiro é o fim dele. E, por uma triste coincidência e ironia do destino, do pó veio e ao pó voltarás: O homem que estava com ela na cama tinha uma cicatriz.
Provavelmente ele não sabia que eu era o marido dela, mas será que faria diferença? Abandonei tudo por um último propósito doentio: Fazer para outros o que foi feito a mim. Por mais alguns anos, todos os dias após o trabalho, eu ia para o mesmo lugar, e ficava escondido até o momento ideal para puxar minha vítimas. Muitos ficaram gratos depois, outros encontraram um meio alternativo, mas, mesmo que eu fosse vazio por dentro, sentia que essa era minha obrigação.
Por fim, o ponto parou de ser frequentado, pois ninguém gostaria, em tese, de ser interrompido. Senti que minha missão estava cumprida. Minha vez, finalmente.
Desta vez, eu estava rindo. Do pó veio e ao pó voltarás. Aqui estou eu de novo. Não é estranho como, apesar da tristeza que sinto por dentro, eu esteja sorrindo aliviado? Ah, vai logo. Dessa vez é diferente. Dessa vez é permanente.
Fechei meus olhos. Soltei meu apoio. Lancei meu corpo, esperando a brisa gelada bater no meu rosto e me confortar. Talvez fosse minha imaginação, mas juro que senti dois braços quentes me envolvendo...
"
Pronto. Sinceramente, acho que não ficou muito bom. Mas a quem interessar possa, está ai. Prometo que o próximo será melhor, e que postarei muito mais no blog de agora em diante =]
Uiii, conto arrepiante, Victor!
ResponderExcluirHá algum tempo estava refletindo sobre algo do tipo... Quem seria eu pra julgar alguém que queria sentir a mais pura sensação de liberdade quando se via preso e sufocado por um mundo de coisas desagradáveis? Pra mim as razões não seriam suficientes. Penso que sou um pouco otimista demais e acho que não há situação ruim o bastante que o leve a querer acabar com o que há de mais belo - a vida. Mas se pra mim algumas razões não são sufucientes, elas seriam para quem as primeiro enxergou?
Eu não sei as respostas do que eu mesma me perguntei, eu ainda acredito que seja impossível chegar a tanto, mas é impossível pra mim. Ninguém entende a si mesmo quanto mais aos outros...
Viajei na maionese novamente xD
Mas é mais ou menos isso a reflexão...
Beijo:*
Arrepiante? Não exagere Carol, ficou no máximo mórbido! =P
ResponderExcluirVou tentar escrever algo melhor agora =/
( Primeiro Comentário comentado! haha )